As tradições alemãs, trazidas e cultuadas pelos primeiros imigrantes. Costumes, a gastronomia, a música, as danças típicas e o folclore no bairro mais alemão de São Paulo.
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quarta-feira, 8 de julho de 2015
quarta-feira, 27 de maio de 2015
COLONIFEST - HISTÓRIA
Memórias em Pedaços - Sertão de Amaro - Interlagos, Parelheiros,
Colônia, Cipó e Ilha do Bororé
Locução: Neide Duarte Antiga Tv Cultura - Atual Rede Globo
Este documentário foi gravado em 1995, retratada a dificuldade dos primeiros imigrantes alemães que se instalaram na região mais desabitada da cidade de São Paulo. O documentário possui relatos de pessoas importantes como Mario Reimberg Christe Presidente da Associação Civica Colônia Alemã e Edmundo Zenha, professor, historiador e estudioso da imigração alemã no Estado de São Paulo.
Vale a pena conferir 20 anos depois!
http://www.youtube.com/watch?v=KX1CQ-G6_Jc
quinta-feira, 23 de abril de 2015
HISTÓRIA - Colônia Alemã de Santo Amaro
A partir dos alemães, Santo Amaro passa a ser considerado o “celeiro da capital”, sendo o único município da
província a produzir batatas, além de fornecer arroz, feijão, milho e mandioca à São Paulo. Também comercializavam no
Mercado de São Paulo gado, aves, mucuta (canela e lenha), madeira e carvão.
Eles fundaram vilas (Cipó e Parelheiros) abriram estradas, como
a antiga estrada de Parelheiros (atual Av. Sen. Teotônio Vilela e Av.
Sadamu Inoue), que liga o Rio Bonito ao município de Embú-Guaçú, e
que possibilitou a ocupação do vasto sertão que a cercava, regado por
inúmeros cursos d’água e povoado pela imensa Mata Atlântica.
Porém, Zenha coloca que devido ao descaso do poder público
paulista para com a cultura da Colônia Alemã, pois mais da metade era
protestante e não possuíam pastor, eram obrigados a freqüentar a igreja
católica de Santo Amaro, fatos que os levaram a reivindicação de um
cemitério e de uma igreja. O primeiro foi construído somente em 1840
(foto 9), juntamente com uma capela; a igreja somente foi substituir a
capela em 1910, quando já havia a igreja de Parelheiros, desde 1898
(GARANHUNS, 1995).
Garanhuns coloca que na região de Parelheiros já havia alguns
caboclos antes da vinda dos alemães, e o lugar que recebeu este nome
devido à ocorrência de diversas corridas de cavalo (parelhas) entre
germânicos e brasílicos, era conhecido como Santa Cruz, devido a existência de uma Cruz no local. Um devoto, chamado
Amaro Pontes, cedeu terra para a construção da capela após sua volta da Guerra do Paraguai (1864-1870), como
pagamento de promessa.
Ainda no século XIX, os alemães povoam as regiões de
Gramado, Cipó, Casa Grande e Bororé. Alguns, devido à
conhecimentos de ofícios aprendidos na Europa (cirurgiões, sapateiros,
ferreiros, etc.), se destacam e vão morar na vila de Santo Amaro ou na
capital. Os “colonos que permaneciam nos centros mais povoados
conseguem educar seus filhos, fazendo-os aprender a ler e escrever a
língua do país. Os da Colônia, entretanto, se viram completamente
desprovidos de qualquer auxílio para a educação das crianças (...). As
famílias mais cuidadosas procuravam contratar professores” (ZENHA,
1950).
Catarina Klein Schunck, que se instalou no atual bairro de São
José, com largos tratos de terra e até escravos, manteve um curso de
primeiras letras” (ZENHA, 1950, p. 54). Isto evidencia que os alemães
acabaram por aderirem a divisão social em que o Brasil imperial
passava – o escravismo – relatos de alguns moradores tradicionais da região colocam que haviam negros que trabalhavam
para os alemães como escravos, o que levou a alguns alemães a se misturarem com os negros, como é o caso de José
Guilger Helfstein, agricultor, nascido na região do Bororé, descendente de alemães, e casado com uma senhora negra, dona
Maria da Silva Helfstein.
Porém a perda cultural foi inevitável, olvidaram práticas agrícolas relativamente adiantadas como o uso do arado,
o sistema de alqueire, etc. “Esparramados por uma vasta zona, sitiados por famílias brasileiras, em pouco tempo nêles se
processava a perda dos caracteres trazidos” (ZENHA, op. cit., p. 56).
Mesmo assim, a região apresentou um espírito mais
empreendedor, pois os alemães estavam prontos a aderirem ao
progresso, e foram os primeiros a proverem-se de luz elétrica, primeiros
motoristas de Santo Amaro, abertura de estradas, como a de Parelheiros
aberta por Henrique Schunck em meados do século XIX.
A presença primitiva de alemães na região de Santo Amaro,
levou outros imigrantes que chegariam ao Brasil no final do século XIX
e início do XX, a escolherem esse sítio como morada. Os portugueses
montavam granjas de aves e gado; espanhóis (Catalunha)
comercializavam roupas femininas; árabes, turcos e judeus, tecidos;
russos, húngaros e ingleses eram operários, comerciários e bancários;
estadunidenses e alemães para os altos cargos de chefia nas indústrias;
japoneses (principalmente depois de 1945) eram agricultores de
hortifrutigranjeiros (cinturão verde) onde seus filhos se tornariam
profissionais liberais (médicos, dentistas, farmacêuticos, etc.); além dos
italianos que marcaram profundamente a cultura paulistana.
Na Revolução Constitucionalista, foi escalado um destacamento santamarense, e segundo um antigo casal de
moradores da região do Bororé, José Antônio Domingues, nascido em 1916 e Amália Guilger Domingues, de 1921,
11. Templo Budista. Colonização extremo-oriental.
Cabeceira do ribeirão Cocaia.
diversas pessoas “fugiam” do alistamento e se escondiam nas matas existentes no local. Ele (seu José) tem avó alemã e avô
índio, o que demonstra a miscigenação dos alemães com os nativos; ela é descendente de alemães.
Com a Segunda Grande Guerra a Colônia Alemã foi obrigada a mudar seu nome para Colônia Paulista.
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